O que  era um forte indicativo acabou por ser  concretizado na Assembleia Legislativa,  na sessão de ontem: membros da base aliada pularam fora do barco governista, esfacelando uma maioria que já não era muito confiável.  A perda de sustentação no Legislativo é mais um reflexo do que é a essência do governo Antonio Denarium (APB).

Em um ano de administração, Denarium só se preocupou com seus amigos empresários e caiu na armadilha de querer ser um líder metido a esperto, incitando uma guerrilha com o comando da Assembleia Legislativa a fim de destituir o presidente daquele poder. Isso só ajudou a subir uma cortina de fumaça sobre a incompetência desse governo.

Enquanto o governador e sua base ficam na trincheira, armando o próximo ataque nesta guerrilha sem sentido,  a situação de Roraima complica-se ainda mais. Em outra ponta, o governador segue em infindáveis viagens a Brasília para mostrar apoio político ao presidente Jair Bolsonaro (APB), que por sua vez segue omisso aos graves  problemas de Roraima.

Essa insistência em mostrar-se ao lado de Bolsonaro, como se fosse um “papagaio de pirata”, fez com que Denarium aparecesse na foto ao lado do presidente em uma matéria no jornal norte-americano The Wall Street Journal, na edição do dia 03 de dezembro.  Mas, na prática, na realidade nua e crua, o Estado de Roraima não anda bem na foto do Governo Federal.

Até aqui, Roraima tem aparecido na fala do presidente  como se fosse sua “menina dos olhos”, mas efetivamente tudo caminha a passos lentos, da questão energética aos crônicos problemas fundiários, que historicamente estão travados, provocando consequências nefastas ao desenvolvimento do Estado. Com o agravamento da crise migratória a cada dia, o Estado patina em um limbo que castiga toda a população.

Quem sabe essa baixa considerável na base aliada governista faça Denarium cair uma reflexão sobre seus passos daqui para frente a fim de corrigir seus erros.  O povo de Roraima não pode continuar pagando o preço de uma política equivocada, que destrata o funcionalismo público e exclui os pequenos das ações governamentais, além de um travamento geral que impede a solução dos problemas fundiário, energético e migratório.

Um ano já se passou e não cabe mais discursos antigos de culpar as administrações anteriores.  Já deu tempo suficiente para o governo mostrar a que veio.  E o que se vê é o privilégio aos grandes e uma sede por mais poder político de alguém refém de suas fraquezas.  Ou muda agora ou o povo continuará sendo esmagado pela incompetência governamental.

*Colunista

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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