A prefeita Teresa Surita (MDB) abomina ser questionada, contestada e fiscalizada. Desde o tempo em que criticar políticos era assemelhado a cometer um crime, na transição das décadas de 1980 e 1990, ela não media esforços para que seus subalternos e cães de guarda perseguissem quem a criticava.
Quando a internet era obra de ficção no cinema e a pessoa comum não tinha as ferramentas para se defender ou se posicionar, a perseguição aos críticos era feita pelo braço forte da política, na ação bruta, ou por via judiciais, em que a pessoa era processada por qualquer opinião que emitisse na imprensa, como forma de intimidar ou provocar uma autocensura.
Atualmente, como os grupos políticos não podem mais usar a velha imprensa como único instrumento para se promover, atacar adversários e impedir a livre expressão do cidadão comum, a tática da prefeita é se passar como vítima de uma trama política diabólica na qual os críticos sempre querem prejudicá-la ou persegui-la.
Constantemente Teresa usa suas redes socais para choramingar como se fosse uma frágil vítima de adversários raivosos e inconsequentes. Mas ela não é mesmo. Quem conhece a prefeita sabe como ela age quando tem sangue nos olhos, desde a perseguição a um simples feirante ou ambulante até ser arrancado de seu negócio a um servidor público acossado até as últimas instâncias para ser demitido.
Ao se travestir de vítima, como ela pregou numa fake news dizendo que estava sendo perseguida pela bancada federal, em junho passado, vai ludibriando a opinião pública para conseguir seus interesses eleitorais. É assim que Teresa está agindo quando é cobrada para agir com transparência em seus atos sempre realizados sob uma nuvem espessa que oculta os milhões ou as obras não realizadas.
A prefeita faz um teatro da perseguição para não explicar onde e como vai gastar o empréstimo de R$47 milhões que os vereadores aprovaram de mão beijada, destinado a construir uma obscura usina movida a energia solar. Assim como nunca explicou o gasto de R$65 milhões em obras de mobilidade urbana, outro empréstimos milionário.
A única coisa que se sabe é que a próxima gestão terá que começar a pagar esses empréstimos, com sangue e suor do contribuinte. Não interessa a Teresa se esse endividamento vai inviabilizar a próxima administração. Ela só quer sair “de boa” para tentar voar mais alto nas próximas eleições.
Vai deixar o cargo sem explicar os gastos milionários, obras nunca construídas (como a de uma creche no bairro Caimbé) e contratos igualmente milionários por 20 anos com empresas paulistas. Para disfarçar, Teresa Surita passa o dia nas redes sociais pegando fake news dizendo que é vítima de perseguição, como se fosse uma paranoia política, mas que, na verdade, é uma tática de manipulação de pessoas desinformadas.
*Colunista