Criminalidade avança na Capital e se estabelece no interior do Estado (Imagem: Divulgação)

 

A insegurança a que vem sendo submetido o Estado de Roraima fez com que a segurança pública fosse privatizada por uma empresa de vigilância que usa motocicletas em todos os bairros de Boa Vista, das áreas centrais até os mais afastados do Centro. A Polícia Militar, com sua estrutura reduzida por falta de estrutura e de efetivo, não consegue mais estar presente nos quase 50 bairros, embora a cidade seja do tamanho equivalente a qualquer grande capital brasileira.

Se Boa Vista encontra-se nessas condições, a realidade das cidades do interior do Estado não poderia ser diferente, onde a presença da PM é bem mais precária do que na Capital, muitas vezes com uma guarnição reduzida a dois ou três policiais que se revezam em plantões. E assim a bandidagem vai se fortalecendo e se organizando, enquanto a insegurança reina na ausência do poder público.

Sabemos que o crime organizado está em guerra há um bom tempo, na Capital. E quem perde essa guerrilha urbana acaba indo para o interior do Estado, onde núcleos se estabelecem com suas ramificações. Então, a organização mais forte passou a dominar a Capital enquanto a menos forte passou a atuar as cidades do interior, onde o tráfico de droga avança não só na área urbana, mas também em vicinais turbinadas pelo ingresso constante de venezuelanos.

Essa é a delicada situação de Roraima, onde duas organizações criminosas disputam o poder, com a segurança pública no meio, tentando administrar uma situação insustentável. Em áreas onde há garimpos ilegais, a exemplo do Município de Alto Alegre, onde garimpeiros atuam na Terra Indígena Yanomami, a criminalidade avança sem precedentes, com tráfico de droga e de arma, venda clandestina de combustível, prostituição e outros ilícitos.

Enquanto tudo isso ocorre, o Governo de Roraima patina na mesmice de uma política controversa, sem uma liderança capaz de colocar ordem na casa. Se providências urgentes não forem tomadas, Boa Vista não terá apenas uma segurança privatizada, mas caminhará para o surgimento de milícias na Capital (não se ouviu mais falar da morte de um vigilante em um bairro central) e o fortalecimento do crime organizado nas cidades do interior.

A panela de pressão está fervendo há tempos…

*Colunista

Deixe seu comentário

Please enter your comment!
Please enter your name here