Uma expedição no Baixo Rio Branco, composta por pesquisadores da Universidade Federal de Roraima (UFRR), apontou um caos na saúde nas 16 comunidades ribeirinhas. Segundo os dados divulgados, 80% das comunidades trabalham apenas com agentes de saúde, quando deveriam ter postos de saúde para suprir as demandas.
Em Santa Maria do Boiaçu, município de Rorainópolis (RR), a Unidade Mista construída custou mais de R$ 1,6 milhão aos cofres públicos, mas ainda não foi inaugurada por falta de pessoal e de equipamentos. O local deveria dar acesso à saúde a população local e das redondezas, segundo informam os pesquisadores.
Para o professor doutor da UFRR Antonio Veras, coordenador do PROCAD e da expedição, a solução na área da saúde seria o uso de ambulâncias fluviais para atender cada comunidade de forma segura e rápida.
“Isso facilitaria a conexão, levando serviços de uma comunidade para outra. A internet facilita a comunicação dos comunitários e o agente de saúde ou médico podem fazer o atendimento com maior agilidade. Outra medida estratégica é a concentração e melhoria dos equipamentos e serviços urbanos não só em Santa Maria do Boiaçu, mas em Caicubí, que é a segunda maior comunidade do Baixo Rio Branco”, assinalou Veras.
A pesquisa reuniu ainda pesquisadores da Universidade Federal de Rondônia (UNIR), Universidade Federal do Ceará (UFC), com apoio da Universidade de São Paulo (USP).
O trabalho, que faz parte do projeto “Baixo Rio Branco: Potencialidades de Vivências”, integra o Programa Nacional de Cooperação Acadêmica na Amazônia (PROCAD) e foi publicado no site da UFRR no último dia 21 de junho.