A situação continua crítica nas escolas do interior e das áreas indígenas, em Roraima, mostrando a falta de compromisso do governo Denarium (PSL) com aqueles que mais precisam e que estão longe dos olhos da opinião pública. O ano letivo para essas escolas começou mais tarde do que nas escolas da Capital, no mês passado, sob a alegação de que o governo precisaria de mais tempo para organizar. Porém, era um engodo. Tudo continua na completa desorganização.
Alguns deputados já vinham chamando a atenção para este sério problema e ontem voltaram ao tema, no Plenário da Assembleia Legislativa. A Comissão de Educação da ALE tem um levantamento da penúria a que estas escolas estão submetidas, o que só confirma que este governo que aí está não tem pressa nem interesse em ofertar uma educação de qualidade para as populações dos mais longínquos lugares do Estado, as que mais são desassistidas em tudo.
Os problemas são os mais diversos no interior e comunidades indígenas. Conforme as denúncias, há escolas onde faltam professores, outras onde a merenda escolar chega incompleta ou ainda não chegou, algumas onde o transporte escolar não funciona e aquelas onde a estrutura física não permite que a comunidade escolar tenha o mínimo de dignidade para a transmissão de conhecimento.
Tudo contrariando o plano de governo apresentado na campanha eleitoral de Denarium, mais precisamente no item 2, onde há promessa de uma educação de qualidade, com modernização e valorização dos professores. Mas, ao que indica, tudo ficou na promessa de campanha, porque a realidade é muito distante do que foi apresentado no plano. Há uma lentidão crônica para enfrentar esse problema a fim de amenizar o estrago já feito com o atraso do início do ano letivo.
Não há como pensar em um Estado mais próspero sabendo que a educação promove o desenvolvimento, o crescimento econômico e o progresso de uma nação. Pelo que se desenha, parece uma estratégia do partido que comanda o país desmantelar o que já vinha passando por sérios problemas no setor, a exemplo do ataque que sofreu o ensino superior com o corte de verba anunciado pelo governo Bolsonaro.
O atraso para iniciar o ano letivo por si só proporciona sérios problemas para os estudantes, e os prejuízos para o aprendizado se potencializam com a falta de estrutura que as escolas apresentam, comprometendo o desenvolvimento educacional de crianças e adolescentes, desmotivando aqueles que já vêm enfrentando dificuldades. Fora a qualidade de ensino que é atingida em cheio pela completa desorganização do governo.
Não se pode mais tolerar que as escolas de regiões mais pobres, longe de onde as decisões políticas são tomadas, sejam desprezadas, como se fosse um problema menor. É necessário que os responsáveis pela política educacional sejam chamados à responsabilidade e punidos por seus erros e omissões. É o futuro de um povo submetido a desigualdades profundas que está em jogo. Não se pode aceitar que esse grave problema seja minimizado ou relativizado. Atenção, Ministério Público!!!!
*Colunista, idealizador do site www.roraimadefato.com.br