Foto: Jessé Souza
Buraqueira toma conta da RR-203 do início ao fim: perigo para condutores e turistas (FOTO: JESSÉ SOUZA)

Em um Estado em que os municípios vivem na penúria econômica e financeira, dependendo de transferências federais por meio de emendas parlamentares ou parcos convênios federais para obras e ações, o Município de Amajari, localizado ao Norte do Estado, é um dos que poderiam se desenvolver por meio do turismo sustentável a partir da Serra do Tepequém. Porém, a Prefeitura daquela localidade e o Governo do Estado ignoram solenemente esse rico potencial gerador de emprego e renda.

O desprezo com Tepequém, que se tornou o maior ponto turístico do Estado, é visível a quem se dirige para aquela localidade em busca de lazer, descanso ou aventura. A estrada estadual que dá acesso à localidade, a RR-203, tornou-se um imenso risco aos condutores de veículos e seus passageiros devido à buraqueira que tomou conta da rodovia, que resiste à imobilidade do governo e até mesmo da Prefeitura de Amajari, que sequer consegue tapar os buracos no trecho urbano em sua sede administrativa.

No governo anterior, uma obra de recuperação da estrada foi iniciada, mas nunca concluída, o que indica que algo de estranho ocorreu com a verba destinada a aquela ação. E não custa lembrar que a então governadora tem uma fazenda na região, cuja RR-203 passa no meio da propriedade da família dela. Significa que governo não investe no turismo da região nem sequer dar condições para os empreendedores de Tepequém, que trabalham na cara e na coragem, lutando contra todas as adversidades possíveis.

Basta anoitecer para observar outra incompetência governamental. A Vila do Paiva, que é a sede de Tepequém, está com sua principal rua, a única asfaltada, completamente às escuras, revelando o abandono a que aquele centro turístico está submetido. O contribuinte paga e a Prefeitura de Amajari recebe os recursos da iluminação pública, mas não se dá ao trabalho de sequer trocar as poucas lâmpadas da única rua que leva o turista a pousadas, comércio e pontos turísticos. É uma vergonha ao contribuinte e uma humilhação para os empreendedores.

O desleixo e o desprezo com o principal centro turístico organizado do Estado, por força da iniciada privada, são tão grandes que dos recursos que serão destinados ao turismo de Roraima este ano, a Serra do Tepequém nada receberá. Boa parte do dinheiro será destinada ao Monte Roraima, cujo acesso sequer fica em Roraima. Outro bolo do recurso vai parar no caixa da Prefeitura de Boa Vista. É como se Tepequém e as demais localidades ricas em potencial turístico sequer existissem. Talvez por isso muitos querem fazer aquele ponto turístico desaparecer, sem estrada e sem iluminação pública.

*Colunista, idealizador do site www.roraimadefato.com.br

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