Foto: Felipe Menezes/Metrópoles

Parecia um grande alento ter um presidente eleito mostrando grande interesse pelo Estado de Roraima, algo inédito na história política do país, que sempre virou as costas para o extremo norte brasileiro. Mas o que era sonho está virando um pesadelo, pois o governo Bolsonaro (PSL) mostra-se um verdadeiro ninho de confusão, trapalhadas e incertezas.

Enquanto Bolsonaro repetia os antigos jargões de que Roraima era um Estado rico em minérios, seu governo já entrava numa sequência de polêmicas: laranjal no PSL, caso Queiroz que aponta envolvimento da família do presidente com lavagem de dinheiro e milícias, briga interna entre ministros e aliados, inabilidade para dialogar com sua base aliada, cortes na Educação e outros desencontros que expõem o Brasil diante da comunidade internacional.

Se não consegue resolver sequer seus problemas internos, nem mostra habilidade para colocar o país nos trilhos, está óbvio que os problemas enfrentados pelo povo de Roraima estão em último plano nesse governo. Sequer a questão do linhão de Tucuruí, para garantir energia confiável ao Estado, foi resolvida, embora o próprio presidente tenha se comprometido com uma resolução breve.

Não existe mais os antigos argumentos de que o Governo Federal precisava conhecer e se sensibilizar com os problemas do Estado. Além de o próprio presidente ter vindo aqui, enviou comitiva de ministros para observar o sofrimento do povo roraimense, inclusive na área da saúde. O próprio filho de Bolsonaro esteve aqui para conhecer a realidade da imigração desordenada a partir da fronteira com a Venezuela, que sufoca Roraima de todas as maneiras. Aliás, ele está no olho do furacão na quebra de sigilo bancário.

Não pode ser deixado de frisar que o ministro astronauta Marcos Pontes também já conhece o Estado de Roraima muito antes de surgir Bolsonaro com sua candidatura a presidente. O astronauta tem tudo mapeado a ponto de ter proposto um projeto para transformar Roraima num Estado modelo para o país e para o mundo. Hoje ele não fala mais nisso nem retornou depois de nomeado ministro.

Muitos acreditaram que Bolsonaro seria a solução para Roraima, a ponto de elegerem um empresário desconhecido do povo como governador de Roraima. Antonio Denarium foi eleito com a mesma promessa de ser diferente, de estar alinhado com o governo Bolsonaro pela moralização na política e pelo desenvolvimento do país.

Mas essa esperança se esfacela na mesma medida em que o governo Bolsonaro patina em um perigoso terreno da incompetência. Para piorar, os últimos acontecimentos mostram que Bolsonaro não tem o comando do Brasil em suas mãos, a ponto de um filósofo guru “da boca suja”, que mora nos Estados Unidos, ter muita influência em seu governo.

Roraima definitivamente não tem sorte. Quando um presidente se mostra particularmente interessado em ajudar o Estado a se desenvolver, os fatos se revelam perturbadores, como se fossem uma nuvem escura pairando sobre nossas cabeças. No Governo do Estado a realidade é muito parecida, pois as coisas caminham numa lentidão preocupante. Definitivamente, vivemos um momento de muita insegurança e incerteza.

*Colunista, idealizador do site www.roraimadefato.com.br

 

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