O povo roraimense vive um momento delicado com a imigração desordenada, realidade esta que encrudesceu a partir do fechamento da fronteira, em fevereiro deste ano. Porém, a fronteira está fechada somente para as pessoas de bem, tanto brasileiros quanto venezuelanos, pois os bandidos e gente de má índole continuam passando por rotas clandestinas.

Significa que os brasileiros precisam redobrar a atenção na hora de pensar em contratar estrangeiros, seja por querer ajudar ou por buscar uma mão de obra mais barata. O bárbaro crime no fim de semana, praticado por um casal de venezuelanos, que matou um pai de família e deixou outro gravemente ferido, na zona rural de Boa Vista, é o exemplo da necessidade de agir com muito mais cautela.

Os comentários e atitudes hostis aos estrangeiros aumentaram nas redes sociais e até mesmo no discurso de alguns políticos – em tom de raiva, um deles sugeriu até que venezuelanos deixassem de ser atendidos nos hospitais públicos, a não ser que sobrassem vagas depois que os brasileiros recebessem atendimento.

Embora haja uma comoção devido ao terrível crime e um sentimento de repulsa pela imigração desordenada, não iremos melhorar a nossa realidade se começarmos a cair no discurso do ódio contra os estrangeiros. Iremos, isso sim, alimentar uma guerra que poderá ter consequências inimagináveis, com mais violência e até mesmo mortes.

O essencial neste momento é que as autoridades, especialmente a nossa bancada no Congresso, cobrem do Governo Federal que ele assuma suas atribuições para amenizar o impacto da imigração em Roraima. O presidente Jair Bolsonaro (PSL) conhece muito bem essa realidade daqui, pois veio conhecer a situação de perto e tem informações atualizadas do que está se passando por aqui, já que um dos filhos estava por aqui.

Está na hora de transformar esse discurso de elogios ao Estado de Roraima em ações concretas e urgentes, a começar pelo auxílio aos governantes locais na área de saúde, além das demais ações de acolhimento e interiorização – que, na verdade, significa levar os estrangeiros mais qualificados para outros estados, enquanto nós ficamos com os desesperados que chegam a todo momento.

Enquanto as políticas públicas não são efetivadas e os discursos estão longe da prática, é necessário que os roraimenses se cerquem de mais cuidado na hora de levar estrangeiros para dentro de suas propriedades, principalmente se a intenção é se aproveitar da mão de obra mais barata. Afinal, a situação da Venezuela é incerta e o governo Bolsonaro, até aqui, resumiu-se a fazer visitas ao Estado.

*Colunista, idealizador do site www.roraimadefato.com.br

 

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