Depois de mais de um ano ausente do árduo ofício de emitir opinião na mídia local, estou de volta a esta nobre missão ao aceitar o convite feito pelo Roraima 1. Em tempos de fake news e dos haters, os odiadores da internet, torna-se mais difícil seguir a trilha de se posicionar firmemente diante dos fatos, principalmente quando se trata de política, contaminada por um extremismo tanto à esquerda quanto à direita.
A respeito desse desafiante mister, os novos tempos apontam que a imprensa tradicional precisa aprender a caminhar pelo espinhoso mundo opinativo, pois há tempos não existe mais zona de conforto para os profissionais de imprensa, principalmente quando se trata de lidar com a isenção jornalística, um mito empurrado goela abaixo da opinião pública, pelas oligarquias que mandam na imprensa, e mal cultuada nos cursos de jornalismo por quem acredita em imparcialidade, assim como acreditar em gnomos.
Hoje, com as redes sociais, todo mundo pode opinar, o que possibilitou tirar do oculto tudo aquilo que não presta, fortalecendo o que tanto aprendemos a abominar em favor de um mundo melhor. E a imprensa precisa aprender a se recriar, urgentemente, atônita em busca de um futuro do qual não sabemos precisar, a não ser que a opinião tornou-se um forte instrumento nas mãos da coletividade. Daí a importância de uma opinião qualificada, que leve o novo cidadão empoderado com internet a exercitar seu senso crítico para que possa tomar decisões.
A opinião ganhou sua importância em um mundo antes comandado por uma mídia que ditava ordem e decidia o que deveríamos ler, assistir e ouvir. E eu já havia afirmado que o jornalismo opinativo seria o futuro, em outubro de 2014, quando o Programa Margem Cultural, comandado pela comunicadora Marleide Cavalcante, me homenageou com um troféu conferido pela “contribuição na área de Comunicação no Estado de Roraima”.
Cinco anos depois, estou aqui comprovando o que eu já visualizava diante do agigantamento da opinião de pessoas anônimas nas redes sociais.Nesse tempo, o Twitter e o Facebook tornaram-se decisivos nas disputas das campanhas eleitorais, mas, infelizmente, numa guerrilha suja travada por meio de notícias falsas, as chamadas fakes news. A partir daí, a farsa da isenção ganhou corpo e quem souber emitir opinião qualificada irá sobreviver nesse novo mundo em que a opinião pública tem um peso que não pode mais ser ignorado, embora haja muito lixo e vazio a serem vencidos na grande rede.
Nesse tempo ausente, observei muito as redes sociais, acompanhei vários sites jornalísticos ou não e analisei os vários discursos contidos na infinidade das opiniões que são postadas na internet como se fossem guilhotinas cortando pescoço de quem não aprendeu a caminhar nesse abismo de fakes, palpites, agressões, racismo e preconceito em forma de opinião e debate.
Estou de volta ao bom combate!
*Colunista, idealizador do site www.roraimadefato.com.br