Antonio Denarium (PP) e o Coronel Lisboa, que foi nomeado subcomandante-geral da PMRR e menos de um mês depois, preso em operação da PF. Foto: reprodução/Instagram.

O coronel da Polícia Militar de Roraima (PM-RR) Francisco Lisboa Júnior foi exonerado na última quarta-feira, 8, do Comando de Policiamento do Interior (CPI) de Roraima. A decisão ocorreu dois dias após a nomeação dele para o cargo, que ocorreu na segunda-feira, 6. O militar é um dos investigados na “Operação Martellus”, da Polícia Federal (PF), que apura uma associação criminosa envolvida na compra de votos nas eleições municipais deste ano.

Francisco Lisboa Júnior assumiu a vaga do coronel Overlan Lopes Alves, que estava como comandante da unidade. Depois de dois dias da nomeação, o Governo de Roraima publicou a portaria que desfez a decisão. Com isso, o coronel investigado foi realocado para a função de diretor de Recursos Humanos, e Alves reassumiu o comando do CPI.

Portaria do dia 8 de janeiro destaca exoneração de Francisco Lisboa Júnior do comando do CPI (Reprodução/DOE-RR)

Na última segunda-feira, 6, quando assumiu o comando do CPI, Francisco Lisboa agradeceu pela nomeação, em vídeo divulgado nas redes sociais, ao governador de Roraima, Antonio Denarium (PP), e ao comandante-geral da PM-RR, Miramilton Goiano de Souza.

Portaria do dia 6 de janeiro destaca nomeação de Francisco Lisboa Júnior ao comando do CPI (Reprodução/DOE-RR)

“Quero agradecer ao nosso governador do Estado e ao nosso comandante-geral pela responsabilidade grande de comandar esses 14 municípios do Estado de Roraima”, disse em vídeo divulgado nas redes sociais.

Antes da prisão, realizada no dia 18 de dezembro, Lisboa era subcomandante da PM-RR. O governador decidiu exonerá-lo do cargo após a detenção realizada pela PF. Menos de um mês após ser solto, o coronel assumiu a vaga no CPI. Além de associação criminosa, ele é acusado de ajudar o vereador Genilson Costa (Republicanos) na compra de votos e em outros crimes eleitorais.

Governo nega nomeação

O governo do Estado negou que Francisco Lisboa Júnior tenha sido para o cargo de comando, uma segunda vez, apesar dos atos de nomeação e exoneração dele terem sido publicados no Diário Oficial Eletrônico (DOE) do Estado.

Operação da PF

A PF iniciou as investigações em outubro de 2024, quando prendeu dez pessoas pelo crime de corrupção eleitoral. Um dos suspeitos era o vereador Genilson Costa, que disputava a reeleição em Boa Vista.

Em troca de votos, os eleitores estavam recebendo valores que variavam entre R$ 100 e R$ 150. Genilson foi reeleito com 3.744 votos.

Os agentes realizaram, ainda no mesmo mês, a prisão em flagrante do vereador pela prática dos crimes de corrupção eleitoral, lavagem de dinheiro e posse de ouro em sua forma bruta em sua residência. O candidato foi liberado em decorrência de decisão proferida em sede de habeas corpus.

Segundo a PF, o vereador contava com o apoio de agentes públicos, incluindo o oficial da PM, coronel Lisboa, que informava a Genilson sobre as denúncias recebidas em relação à compra de votos.

O líder do esquema possuía um grupo em um aplicativo de mensagens, onde os envolvidos faziam a prestação de contas sobre o esquema. Ao todo, teriam sido movimentados cerca de R$ 1 milhão para a compra de votos.

Por fim, os investigados podem ser indiciados por crimes de associação criminosa, corrupção eleitoral, falsidade ideológica eleitoral, transporte ilegal de eleitores, violação do sigilo do voto, bem como violação de sigilo funcional, prevaricação e lavagem de dinheiro.

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