O coronel aposentado Edison Prola foi ouvido na quarta-feira, 27, na Corregedoria da Polícia Militar de Roraima (PM-RR), localizada no Comando de Policiamento da Capital (CPC). Ele é investigado em um Inquérito Policial Militar (IPM) por criticar, nas redes sociais, o atual comandante-geral da PM, Miramilton Goiano de Souza, e o governador Antonio Denarium (PP).
As publicações ocorreram após o escândalo envolvendo Miramilton, que foi um dos investigados na operação da Polícia Federal (PF), realizada em novembro deste ano. Ele é investigado por suspeita de envolvimento no comércio ilegal de armas de fogo e munições no Estado de Roraima.
As equipes da PF cumpriram, ao todo, 16 mandados de buscas e apreensões, tanto na capital Boa Vista quanto na cidade de Fernandópolis, no Estado de São Paulo. Na época de uma das publicações, após as investigações da PF em desfavor do atual comandante-geral, Prola destaca que Miramilton deveria pedir exoneração.
“Não pode haver dúvida na credibilidade da PMRR! A sociedade de Roraima tem que confiar 100% na Corporação! As acusações que recaem sobre alguns PMs e diretamente sobre o CMT Geral são graves, aliás gravíssimas, ele deve ter a ética e a moral de se afastar pra se defender e não colocar a Instituição sob o julgamento do povo roraimense, ela está acima disso! Comandante seja ético e peça exoneração! A PMRR está acima de você!”, escreveu nas redes sociais.
Além da operação da PF sobre o comércio ilegal de armas e munições, Miramilton também é investigado por envolvimento em assassinato de um casal em briga de terras no Cantá, interior de Roraima. Em depoimento do principal suspeito, o ex-segurança do governador, o policial Helton Jhon, citou o comandante-geral como envolvido no caso.
Em relação ao governador Antonio Denarium, Prola apresentou-se surpreso ao ser investigado por fazer publicações nas redes sociais e Miramilton continuar no cargo enquanto é citado em duas investigações.
“O Comandante da PMRR é indiciado em dois crimes, o duplo homicídio no Surrão, no Cantá, e pela Polícia Federal por venda de armas e munições ao garimpo! E eu, um coronel da reserva, que sou indiciado por fazer postagens no Instagram. Esse é o Governo Denarium”, disse em publicação.
Acionado desde a última terça-feira (26) para comentar o assunto, o governo de Roraima não se manifestou.