Imigrantes venezuelanos cruzam a fronteira com o Brasil. Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil

Migrantes, refugiados e apátridas apresentam um crescimento no mercado de trabalho formal brasileiro, segundo dados do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP). De janeiro a agosto de 2024, foram registradas 203.473 admissões de trabalhadores desses grupos. Entre as nacionalidades mais representativas no mercado de trabalho estão os venezuelanos, que lideram as admissões, seguidos por haitianos e argentinos.

Conforme registros do relatório, divulgado este mês, entre janeiro e agosto, os migrantes venezuelanos apresentaram mais de 32,8 mil admissões, seguidos por cubanos, com 3,2 mil, e argentinos, com cerca de 3,1 mil.

Na Região Norte, Roraima registrou o maior número de novos postos de trabalho formais (729) para migrantes no primeiro semestre de 2024. Além disso, o Estado lidera os rankings de migrantes e refugiados registrados por região e unidade da federação de janeiro de 2010 a setembro de 2024. O número de migrantes chegou a 214.185, enquanto o de refugiados foi de 93.340.

Os índices elevados ocorrem em razão de Roraima ser a principal porta de entrada para migrantes e refugiados no País, principalmente da Venezuela, que sofre com uma crise política e econômica. Dados da Polícia Federal e da Agência da ONU para Migrações mostram que, um mês depois das eleições venezuelanas, o fluxo de imigrantes no Estado aumentou 28%, chegando a quase 11 mil.

Para o economista Fábio Martinez, apesar de não ser o ano com maiores números de admissão de venezuelanos, como em 2022, a contratação de migrantes, em 2024, se tornou relevante para a economia local.

“Ainda não saiu os dados do IBGE referente ao Censo 2022, que trata sobre a questão da imigração, mas estima-se que esteja entre algo em torno de 10 a 15% da população de Roraima. Os venezuelanos já vêm em idade para trabalhar, tirando as crianças, eles vêm procurando emprego. Eles não têm acesso a alguns benefícios sociais como Bolsa Família, isso acaba aumentando demanda”, explica o especialista.

O boletim também aponta diferenças no saldo de admissões por gênero no País, com os homens ocupando 28.886 das vagas e as mulheres, 19.562. A maior concentração de trabalhadores migrantes está nas regiões Sudeste e Sul, com São Paulo (SP) e Santa Catarina (SC), que lideram a oferta de empregos formais. As informações foram compiladas a partir de bases como o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados.

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