Sinter diz que fala de professor sobre ladrão estar trabalhando foi tirada de contexto

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Roraima (Sinter) se manifestou sobre o afastamento de sala de aula do professor de geografia da Escola Estadual Camilo Dias, que disse durante uma aula que “o cara que rouba está trabalhando” e foi gravado por um aluno.

“O Sindicato defende o docente e repudia o posicionamento da Secretaria de Educação ao publicar uma nota sem ouvi-lo. Tal atitude da SEED enfraquece todo o sistema e o processo de ensino e aprendizagem. O vídeo que circulou nas redes sociais, virou notícia local e nacional – como assunto de discursos políticos – foi usado fora de contexto. Em sua aula, o educador criticava, por meio de exemplos, a falta de políticas públicas para toda a sociedade brasileira. A divulgação é apenas de um trecho mal colocado e não todo momento para que quem assiste entenda por completo a exemplificação”, declarou a diretoria do Sinter em nota.

“A sala de aula é um ambiente de discussão e liberdade de expressão, desde que estas não firam direitos. O processo educacional, na atual conjuntura política, é inúmeras vezes mal interpretado. Em nenhum momento um educador defenderá ou incitará a criminalidade e a violência”, continuou.

“Por fim, pedimos aos colegas profissionais da Educação, sindicatos, centrais e federações apoio ao combate à propagação do ódio, a luta pela verdade e a educação pública de qualidade que, mais uma vez, destacamos que se constrói com diálogo, discussão e políticas públicas”, concluiu.

O profissional foi afastado de sala de aula após o caso virar assunto na imprensa de todo o país.

“A Secretaria de Educação do Estado esclarece que não compactua com o tipo de atitude e pensamento do docente e reitera que a sala de aula é um espaço de construção coletiva do conhecimento que deve estimular os estudantes ao crescimento intelectual e profissional, ensinando valores como ética, dignidade, respeito ao próximo, e informa que irá adotar as medidas cabíveis ao caso em questão”, informou a Seed em nota.