O Ministério Público de Roraima deve recomendar ao Poder Executivo e autoridades públicas o cancelamento de festas com aglomeração, como eventos carnavalescos e shows, mesmo em locais privados. A medida foi discutida pelo Gabinete de Gerenciamento de Crise Covid-19 da instituição, em reunião nesta segunda-feira (17).
Nas últimas semanas, Roraima apresentou alta no número de pessoas infectadas pela doença. Apesar disso, a Festa do Abacaxi, em Cantá, realizada no último fim de semana, reuniu centenas de pessoas aglomeradas e sem o uso de máscaras de proteção.
O Promotor de Defesa da Saúde, Igor Naves, apresentou um panorama da atuação do Ministério Público na capital. Ele ressaltou a importância de estruturar as unidades de atendimento básico para não colapsar as redes públicas de saúde do município e do Estado.
“O ente público não pode dar margem para que haja colapso no sistema de saúde e seja necessário reativar leitos para pacientes com Covid, então esse primeiro atendimento deve receber especial atenção do Estado e do município”, destacou o Promotor.
Aulas presenciais
O MPRR também atuará para garantir o retorno presencial das aulas nas redes pública e particular. De acordo com a Promotora, Érika Michetti, da Promotoria de Justiça da Pessoa com Deficiência, Idoso e Direito à Educação, prorrogar a volta às aulas no formato presencial causaria ainda mais prejuízos para crianças e adolescentes.
“A recuperação do conteúdo desses quase dois anos de pandemia já será lenta e causou prejuízo irreversível na aprendizagem dos estudantes. Considerando que quatro de cada cinco estudantes estão matriculados na rede pública de ensino, muitos pais não têm onde deixar os filhos que ficam em situação de vulnerabilidade, a escola também fornece a principal refeição do dia para boa parte dos estudantes, além do mais, o abandono escolar aumentou com a pandemia”, ressaltou a Promotora.