Mais de 75 mil lojas fecharam as portas no Brasil, no primeiro ano da pandemia de covid-19. O dado é do novo levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que aponta o saldo entre abertura e fechamento de estabelecimentos com vínculos empregatícios do comércio varejista brasileiro. A retração em 2020 é a maior desde 2016 (-105,3 mil), quando o setor ainda sofria os efeitos da maior recessão da história recente do País.
Diante deste cenário, o presidente da CNC, José Roberto Tadros, lembra que a queda das vendas no varejo, no ano passado (-1,5%), no entanto, foi menor do que a esperada para um momento tão crítico. “As perdas do setor varejista foram sentidas logo em março, mas, a partir de maio, foi possível começar a reverter a situação, graças à rápida reação do mercado. Contribuíram fatores como o fortalecimento do comércio eletrônico e o benefício do auxílio emergencial, permitindo que o brasileiro pudesse manter algum nível de consumo. O desafio será ver o comportamento deste ano, com o programa de imunização ainda em andamento”, avalia Tadros.
O nível de ocupação no setor também foi impactado pela crise: ao longo do último ano, 25,7 mil vagas formais foram perdidas. Trata-se da primeira queda anual desde 2016 (-176,1 mil). Embora negativo, o saldo de 2020 não reverteu completamente a quantidade de vagas geradas nos três anos anteriores.
Roraima foi o Estado que apresentou o menor número de fechamento líquido de lojas do comércio varejista, finalizando o ano de 2020 com saldo negativo de apenas 90 empresas. Segundo o assessor econômico da Fecomércio, Fábio Martinez, “esse número mais reduzido aqui no Estado se deve a algumas características da nossa econômica, principalmente ao que se refere a alta dependência da administração pública, que foi o segmento econômico menos afetado durante a pandemia, mantendo o pagamento dos seus servidores em dias, o que garantia uma continuidade de parte das vendas dos empresários para esses clientes, que aqui em Roraima representa um percentual bem significativo da clientela dos lojistas”, conclui o economista.
Iara Bednarczuk