Assim que assumiu o cargo, o governador Antonio Denarium não tardou para baixar o valor do ICMS para combustíveis de avião, já mostrando a que veio e beneficiando seus amigos empresários. Mas, quando se trata de ao menos reduzir o ICMS para baixar o preço dos combustíveis para a população, ele faz um drama com a calculadora governamental nas mãos, para justificar que é a favor da redução, mas que não seria possível o Estado de Roraima ficar sem essa arrecadação.

A verdade é que Denarium não concorda, no entanto usa de artifícios para dizer que é a favor, mas alegando não ser possível o Estado sobreviver sem esse imposto. Como aliado do governo Jair Bolsonaro, obviamente ele não poderia ir contra o desafio lançado pelo presidente para os estados zerarem a alíquota do ICMS, mas o governador não quer fazer sacrifícios para compensar uma possível redução ou corte a zero do imposto a fim de baixar o preço da gasolina na bomba.

Denarium se elegeu prometendo fazer diferente, combater e acabar com a corrupção, além de reduzir o tamanho da máquina administrativa. A máquina continua um monstro faminto, com vários órgãos servindo apenas de cabide de emprego, devorando os poucos recursos que deveriam estar sendo aplicados nos setores essenciais.

Se o governador de Roraima tivesse mesmo interessado em aceitar o desafio de Bolsonaro, ao menos agiria para reduzir o ICMS imediatamente, assim como fez com o imposto para o combustível de aeronaves, e enxugaria essa máquina faminta que continua como um grande paquiderme a consumir vorazmente os recursos públicos.

Mas, pela entrevista que concedeu ontem, ficou bem claro que o governador de Roraima preferiu jogar para a torcida, concordando com Bolsonaro apenas no verbo, porque a prática será continuar beneficiando os grandes e deixando os pequenos com as migalhas ou com o peso de uma máquina que gera um ônus muito grande para o contribuinte.

Na verdade, espremendo os fatos, tudo não passa de jogo de cena. Nem Bolsonaro tem interesse em zerar os impostos federais, nem os governadores querem perder o ICMS do combustíveis. Desafio mesmo fica para o brasileiro sobreviver com um preço absurdo da gasolina.

*Colunista

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