O governador Antonio Denarium está encerrando o primeiro ano de sua administração sem conseguir vencer o maior desafio de um político que se elegeu com o discurso de moralização: consertar a situação da saúde pública.  Nada efetivamente avançou nesse setor, a não ser os remendos e os arremedos administrativos.

A secretária demitida não passou de uma “pedra cantada” de que não daria certo, uma vez que ela trabalhou para a cooperativa que é alvo não somente de acusações de sugar a saúde pública, como também de uma operação policial que investiga as irregularidades no setor.  Com a ora exonerada secretária os graves problemas seguiram ou até mesmo pioraram.

Em seis meses no comando da pasta, não foram resolvidas situações simples, mas que impactam severamente na população, como a máquina de tomografia que sempre está quebrada. Nem a ambulância funciona, pois ninguém consegue consertar um pneu furado. É um descaso generalizado inconcebível, revelando que, além da corrupção, a incompetência administrativa é flagrante, dos  serviços mais básicos às decisões mais complexas.

Enquanto isso, o governador finge que administra. Na entrevista que ele concedeu agora pela manhã, na Rádio Roraima, no estilo jogo de vôlei, do “levanta só para ele cortar”, Denarium falou apenas  em reformas de prédio, culpou o pessoal de enfermagem em greve e jogou a responsabilidade para a crise migratória, em uma mesmice surpreendente.  Na realidade, esse governo sequer conseguiu terminar uma obra no anexo do Hospital Geral de Roraima (HGR) que se arrasta dos governos anteriores. Um absurdo.

A própria greve dos servidores da enfermagem é o atestado de como esse governo age com o funcionalismo, sem vontade para entendimentos e sem garantia de direitos. No bolo, tenta beneficiar uma categoria, a dos delegados, enquanto as demais da Polícia Civil e de todas as outras categorias comem o pão que o diabo amassou, a exemplo dos que trabalham em abrigos e instituições de acolhimento.

Sem ações de fato para mostrar ao povo, em sua entrevista na rádio  Denarium fez o que ele aprendeu muito bem: postar propaganda nas redes sociais, convidando a população a acessar o seu perfil e a do Governo de Roraima no Facebook, onde é compartilhado um governo irreal,  tudo maravilhoso e bonitinho.

Na vida real, a população termina o ano com a sensação de decepção de quem muito prometeu e não cumpriu nada. Pelo contrário: tirou o que ainda restava ao povo, como a distribuição de renda aos mais pobres, ao extinguir  o Crédito Social. É uma ano que não vai deixar saudade para quem enfrenta a fila na saúde, a insegurança nos bairros mais populosos, onde o crime organizado decepa cabeças, e é submetido a escolas que servem quatro bolachas com achocolatado.

Que venha 2020, ano político em que o povo tem a maior ferramenta a seu favor, a internet.  A vida real chama os políticos à realidade.

*Colunista

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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