O Tribunal de Justiça de Roraima (TJRR) deu um passo a frente, e um passo importante, diga-se, para que a tecnologia se torne a ferramenta-chave no processo de desafogamento de processos e de agilidade na prestação de serviços no âmbito da justiça estadual.
O projeto é intitulado de “Justiça 4.0 – Inteligência Artificial e Soluções Tecnológicas de Roraima”. O objetivo é fazer com que a Inteligência Artificial complemente a força laboral humana já existente no TJ, fazendo com que os serviços prestados à população sejam de excelência.
“O TJRR se destaca nacionalmente não apenas pela sua produtividade, mas também pela tecnologia que desenvolve. Por exemplo, nossos sistemas de videoconferência e de migração de dados são referência por serem capazes de tornar os processos mais céleres. No evento, serão apresentados os principais sistemas que o tribunal utiliza, além das novidades que estão sendo implementadas com base na inteligência artificial”, destacou o Presidente daquele Poder, desembargador Mozarildo Cavalcanti.
Realizado semana passada pelo Tribunal, o “Justiça 4.0” contou com a presença de diversas autoridades, magistrados, estudantes, advogados e representantes da sociedade civil.
Ferramentas tecnológicas em pleno funcionamento
Na ocasião, a primeira robô humanoide do mundo, denominada “Ju”, fez a apresentação das ferramentas tecnologias que a Justiça Roraimense adotou. O robô utiliza IA, rede neural, tem pele sintética e hardwares exclusivos para simular perfeitamente um humano. O protótipo é fruto da parceria entre duas empresas americanas e uma brasileira. É o primeiro robô humanoide que é possível comprar, personalizar e até desenvolver uma réplica sua. A ‘mestre de cerimônias’ da ocasião apresentou o futuro da Justiça brasileira aos participantes.
Veja o resumo dos dispositivos agora utilizados:
MANDAMUS – O Mandamus representa a automação do processo de distribuição de mandados. Ele faz a gestão da Central de Mandados, auxilia na distribuição, nos processos de localização do oficial de justiça e da pessoa que vai receber o mandado. Ainda atualiza os dados referentes aos endereços das partes; faz a citação ou intimação em tempo real, diminuindo a burocratização; e pode ser usado como aplicativo no celular ou tablet do oficial de justiça, que imprime o mandado em uma impressora portátil.
SIJE – Sistema Inteligente da Justiça Especial. Qualquer cidadão poderá baixar e usar o sistema no celular quando o assunto for de competência dos Juizados Especiais. O aplicativo convida o cidadão para resolver conflitos de forma pacífica, ágil e inteligente.
Com ele, o interessado poderá escrever a petição e encaminhar para o TJRR. Depois, é só acompanhar o processo pelo aplicativo. No ambiente virtual, o autor da demanda é comunicado das fases do processo e das decisões; e pode ainda participar das audiências a distância, apenas com o uso de um celular.
SCRIBA – O Sistema de Audiência Inteligente já está sendo usado pelo TJRR nas audiências. Ele reúne todas as informações em um só lugar, grava e transcreve vídeo e áudio, reduz o cancelamento de audiências e os custos de operação. A transcrição ou degravação consiste na reprodução integral, em formato de texto, de tudo que foi falado. Essa é uma atividade comum da tramitação processual. Todos os tribunais realizam este procedimento de alguma maneira, principalmente nas audiências. No entanto, no TJRR o sistema já ocorre de maneira digital, dentro do ambiente do Projudi (Processo Judicial Eletrônico).
CHATBOT – O Chatbot funciona como uma espécie de “robô assistente” que se comunica e interage com as pessoas por meio de mensagens de texto automatizadas. Como ele “aprende” a partir das diversas interações com os usuários, possibilita a automação de tarefas repetitivas e burocráticas, o que deixa os servidores do TJRR livres para resolver problemas de maior complexidade.
GIULIA – Na busca por uma justiça efetiva e acessível a todos, destacou-se a adoção do aplicativo “Giulia – Mãos que falam”, que deverá ser adotado pelo Tribunal de Justiça de Roraima. A ideia é treinar funcionários surdos para utilizar o Giulia no atendimento de ‘ouvintes’. A aplicação interpreta o sinal feito pelos surdos; e também fala. Então, permite que um funcionário com problemas auditivos consiga interagir com uma pessoa ouvinte. Também existe a ideia de usar o Giulia como “totem de atendimento”; ou seja, uma unidade fixa, onde a pessoa surda consegue interagir e tem todas as informações em Libras (Língua Brasileira de Sinais)”.