Em parceria com as Organizações das Nações Unidas – ONU, por meio da ONU Mulheres, o Centro de Atendimento Multidisciplinar (CAM) da Defensoria Pública do Estado (DPE) reúne mais um grupo de mulheres venezuelanas, parte do projeto “Facilitadoras de Diálogos”. O curso ocorrerá nos dias 05 e 06, 12 e 13 de setembro, com duas turmas de até 35 mulheres e duração de 8 horas, das 13h30 às 17h30, no auditório da DPE.
As mulheres aprendem desde mediação de conflitos pautada na igualdade de gênero, empoderamento feminino a direitos humanos das mulheres. Este curso é destinado a mulheres migrantes venezuelanas que se encontram em abrigos.
“A oficina trata sobre cultura de paz, conflitos e suas representações, além das formas de resolução de conflitos, com destaque para a mediação como ferramenta na resolução. A capacitação tem momentos teóricos e práticos”, explicou a defensora pública, Elceni Diogo.
Todo o conteúdo do curso será exposto em slides em espanhol e falando em português. Também serão colhidos depoimentos das mulheres em três momentos: antes da participação da formação, logo após a formação e depois de um mês. O objetivo é não só capturar possíveis mudanças de comportamento motivadas pelo conhecimento em mediação de conflitos, mas também compreender se/como tal mudança impactou a vida da mulher ao longo de trinta dias.
A ONU Mulheres, na última mudança de século, lançou movimento pela cultura de paz no mundo, adotando o diálogo e a negociação como ferramentas importantes na construção da paz. A mediação de conflitos se baseia tanto no bom desenvolvimento do diálogo como nas técnicas de negociação, mas com foco em que todas as pessoas envolvidas em uma disputa ou conflito se sintam beneficiadas após a construção de um acordo, ou que, durante a mediação, esse diálogo transforme de modo positivo a relação dos envolvidos no conflito.
É importante salientar que a violência baseada em gênero será um assunto tratado em todas as formações, certificando-se que esteja evidente que, diante de casos de violência contra a mulher, a mediação já não se mostra como uma alternativa, e informando quais medidas devem ser tomadas nesta situação.
“A violência não é o mesmo que conflito, mas sim uma resposta a ele. Existem outras maneiras de resolvê-lo, assim como mediá-lo. Acreditamos, portanto, que ensinar técnicas de mediação de conflitos possa auxiliar a melhorar a qualidade de vida dentro dos abrigos, empoderando as mulheres no que diz respeito ao domínio de um conflito, e construindo uma cultura de diálogo e união entre as mulheres”, ponderou Elceni.
PARA OS HOMENS – pela primeira vez, o projeto ‘Facilitadoras de Diálogos’ abrirá duas turmas voltadas para homens venezuelanos. A turma terá o máximo de 40 pessoas, nos dias 06 e 13 de setembro, com duração de 2 horas e meia, na parte da manhã. Com os homens será aplicada a prática “Valente não é violento”, ou seja, a violência não é sinônimo de masculinidade.